Funchal tem 121 pessoas em situação de sem-abrigo. Cerca de 90% tem comportamentos aditivos
Coordenadora do CASA Madeira, Sílvia Ferreira, alerta para “um acréscimo no consumo” de estupefacientes na população em situação de sem-abrigo, e pede aposta na prevenção na saúde mental e física.
Em entrevista ao Jornal da Madeira, Sílvia Ferreira começa por dizer que “atualmente cerca de 90% das pessoas que estão em situação de sem-abrigo consomem substâncias psicoativas, álcool e padecem de transtornos mentais, sendo o consumo de substâncias psicoativas o mais predominante”.
O fácil acesso e custo extremamente baixo dos narcóticos pode estar na origem deste problema, conforme descreve a coordenadora do Centro de Apoio ao Sem Abrigo na Madeira, deixando o alerta que apesar desta situação em que muitas vezes estas pessoas revelam comportamentos mais agressivos “não podemos deixar de olhar para esta realidade com empatia e compreensão.”
Para Sílvia Ferreira “a grande maioria (das pessoas em situação de sem-abrigo) perdeu a sua identidade, vive alheada da realidade e não nos podemos esquecer ou ignorar que estas pessoas são um reflexo do que nós, como sociedade, estamos efetivamente a falhar”.
A coordenadora aponta como solução a necessidade de aumentar a aposta na prevenção e na saúde mental e física.
Estes comportamentos aditivos têm sido um obstáculo na forma como o CASA consegue apoiar estas pessoas em situação de sem-abrigo. “Temos assistido nos últimos dois anos ao aumento de consumos. O que tem dificuldade a nossa ação, tanto por parte dos técnicos, como por parte dos voluntários”.
Quero ajudar
Vivemos num mundo repleto de desafios e desigualdades sociais. As pessoas em situação de sem-abrigo são uma parte vulnerável da nossa sociedade. Ajudar a melhorar as suas vidas é uma missão nobre e urgente. Junte-se a nós nesta missão.
Ser voluntário é dar uma ajuda aos que mais precisam, um apoio vital quando tudo o resto falhou, uma esperança de que se pode dar a volta e fazer com que a população em situação de sem-abrigo fique mais perto da reinserção e de sair da rua.