De acordo com um relatório relativo a 2023 publicado pela FEANTSA – Federação Europeia de Organizações Nacionais que Trabalham com os Sem-Abrigo, cerca de 890.000 pessoas vivem em situação de sem-abrigo, o que representa um aumento de mais do dobro face a 2009, ano em que foi desenvolvido o primeiro relatório.

A Alemanha ocupa o primeiro lugar do ranking com cerca de 210.000 pessoas em situação de sem-abrigo, seguido da França com 209.000. Estes dois países destacam-se pela negativa num ranking em que a Itália surge na terceira posição com cerca de 96.000 nesta condição.

O relatório aponta vários fatores para o significativo aumento de pessoas em situação de sem-abrigo, como o aumento do custo de vida, as crises migratórias e a falta de casas.

A FEANTSA destaca a Finlândia pela positiva, onde o número de pessoas em situação de sem-abrigo tem vindo a diminuir, contando atualmente com 794 pessoas que vivem nas ruas do país ou centros de acolhimento temporário.

Segundo Freek Spinnewijn, diretor da FEANSTA, o sucesso da Finlândia deve-se em grande parte à adoção atempada de estratégias de ‘Housing First’. 

“O que acontece na abordagem tradicional a pessoas em situação de sem-abrigo é que tentamos tratar e resolver todos os problemas que possam ter nos sistemas de acolhimento. E depois, no final, fornecemos-lhes habitação”, explicou Freek Spinnewijn.

O sistema de “‘Housing First’ na verdade inverte este cenário porque usa a habitação como uma ferramenta de integração e não como uma recompensa no final de um processo de integração”, acrescentou.”

De acordo com o relatório da FEANTSA de 2023, a adoção destas medidas por parte da Finlândia levou a um decréscimo de cerca de 30% de pessoas em situação de sem-abrigo, passando de 3.500 em 2008 para 1.133 em 2022.