A FEANTSA é a única ONG europeia que se dedica exclusivamente a ajudar pessoas em situação de sem-abrigo, contanto atualmente com 130 membros em 30 países, sendo que em Portugal é representado pelo CASA no Conselho de Administração através de Nuno Jardim, diretor-geral do Centro de Apoio ao Sem Abrigo.

 A FEANTSA tem como principal missão acabar com as pessoas em situação de sem-abrigo na Europa e, ao longo dos últimos, organizou várias conferências onde o CASA participou com o objetivo de debater as políticas e estratégias para acabar com o drama da situação das pessoas em situação de sem-abrigo.

 Segundo o último relatório da FEANTSA, relativo ao ano de 2023, na Europa quase um milhão de pessoas estão em situação de sem-abrigo. O relatório sublinha que este número retrata apenas as “formas mais visíveis” das pessoas em situação de sem-abrigo, revelando o fracasso dos países europeus em garantir a habitação como um direito fundamental.

 O mesmo relatório sublinha o compromisso da União Europeia, assumido em 2022, de combater o problema das pessoas em situação de sem-abrigo até 2030. No entanto, observou que a questão tem vindo a agravar-se e apenas a Finlândia e a Dinamarca registaram progressos significativos nesta matéria.

 Em Portugal, que está em 6.º lugar na tabela dos países com maior percentagem de pessoas em situação de sem-abrigo, 25% da população vive em casas sem condições. O ranking de países com mais pessoas sem casa é liderado pela França, seguindo-se a Alemanha, a Irlanda, a Chéquia e a Suécia, antes do nosso país.

Para Nuno Jardim, diretor-geral do CASA, “ser representante desta organização europeia em Portugal é de extrema importância, uma vez que permite estarmos em ligação mais próxima com o poder legislativo europeu e com diversas instituições que trabalham a temática no espaço da UE, onde em conjunto podemos influenciar a agenda, para que a problemática da Pessoa em Situação de Sem-Abrigo esteja sempre presente nas diversas políticas sócio-económicas, podendo assim trabalhar todos em conjunto para se acabar com esse flagelo dos nossos dias. São sempre zonas de partilha de conhecimento, de aprendizagem e experiências de terreno, onde podemos perceber melhor que caminhos podemos seguir na abordagem portuguesa, dando a conhecer as nossas boas práticas, e onde também queremos incluir a academia no processo, com estudos dedicados, desenvolvimento de ideias e com a possibilidade de inovação.”