O CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo celebra 20 anos desde a sua fundação, firmada por Fernando Santos. É ele o homem que atendeu ao pedido do mestre budista Pema Wangyal Rinpoche, por inspiração do seu pai, Kangyur Rinpoche, e do Dalai Lama, para criar uma organização que desse amparo aos mais necessitados.
Fernando Santos recorda as palavras de Pema Wangyal Rinpoche em 2002: “Funda uma organização com o nome HOME para dar comida, roupa e teto aos sem-abrigo”. Assim o fez, mas logo de seguida ficou incontactável ao longo de quatro anos, por estar num retiro budista.
Foi após este período que Rinpoche voltou a insistir: “Tens de pôr o CASA a funcionar”. E foi este o mote que conduziu ao dia em que foram distribuídas 25 refeições quentes, 25 mochilas e 25 sacos cama a pessoas que viviam na rua em frente à Igreja de Arroios em Lisboa. Esta foi a doação que marcou o arranque desta instituição. Estávamos a 15 de setembro de 2007.
“Desde então este projeto está a funcionar diariamente e graças à ajuda dos voluntários e ao apoio de outras entidades. Depois de Lisboa, o CASA foi implementado, por amigos meus, no Porto, Coimbra, Figueira da Foz, Setúbal, Faro, Cascais e Funchal”, explica Fernando Santos.
O fundador do CASA recorda que, no início da instituição, criou a regra de “ter um ponto fixo de distribuição de comida quente embalada, todos os dias à mesma hora”.
“Desenvolver o bom coração com os sem-abrigo, sem os julgar ou esperar reconhecimento pelo acto de dar” são valores fundamentais que Fernando Santos quis deixar muito presentes nas raízes da organização.
“O CASA pretendia que a sua atividade fosse uma fonte de benefício tanto para as pessoas carenciadas, como para os que nela participavam do ponto de vista do enriquecimento humano e de nos sentirmos bem com nós mesmos”, sublinha Fernando Santos.
O fundador não hesita em citar as palavras do sábio indiano Shatideva: “Toda a nossa Felicidade vem de ajudar os outros a serem felizes, bem como toda a infelicidade do mundo vem de querermos ser felizes sem pensar nos outros.”