Para assinalar os 20 anos de vida do CASA pedimos aos nossos coordenadores e voluntários das várias delegações espalhadas por todo o país que nos contassem um pouco mais sobre as suas experiências nesta missão que é ajudar quem mais precisa.
Ao longo destes 10 anos, em que sou voluntária e coordenadora, vivenciei diversas situações, tive muitos momentos marcantes. Todos foram importantes, pois enriqueceram a minha vida e fizeram-me crescer como ser humano. Foram aprendizagens e experiências que vou guardar para sempre no meu coração.
Teria muito para partilhar, mas um dos momentos que me marcou e que me encheu de alegria foi a abertura do CATE (Centro de Acolhimento Temporário de Emergência). Há dois anos, o Governo decretava “Estado de Emergência” no país, pedia às pessoas para se protegerem e ficarem em casa e os Sem-Abrigo sem terem um teto para se resguardarem. Reuni com a equipa e decidimos continuar a prestar auxílio.
Em apenas vinte dias, em plena pandemia, termos conseguido abrir um alojamento de emergência, foi um momento muito marcante. Agora que olho para trás parece fácil, mas foram dias muito difíceis. Lembro-me dos primeiros utentes que entraram no alojamento, com um ar muito assustado, mas nos seus olhos transparecia um sentimento de gratidão.
Formamos uma equipa com médicos, enfermeiros, monitores, fizemos, em tempo recorde, parcerias e ao fim de 20 dias o alojamento estava aberto para a nossa população mais vulnerável. Foram momentos muito emocionantes e gratificantes. Tudo era desconhecido e foi vivido muito intensamente. Era um sentimento de missão cumprida.
Sou grata pela oportunidade que tenho de poder ajudar os mais fragilizados, de contribuir para aliviar um pouco do seu sofrimento e por poder fazer parte de uma C.A.S.A. como esta e que é, sem dúvida, uma família para mim.
Texto por Sónia Pinto, Coordenadora delegação de Albufeira